10° TEMA: LIVRO DIGITAL
O livro é considerado uma das formas mais antigas para a documentação e registro dos conhecimentos, ideias e crenças dos povos ao longo das décadas. Por essa razão, pode-se perceber que o livro tem uma estreita ligação com a história da humanidade, de modo que, refletiu as características da tecnologia disponível em cada período.
Em vista disso, o livro passou por muitas modificações em sua estrutura, assim como em sua configuração, passando por diferentes tipos de suportes e formas de produção (HASLAM, 2010). Santaella 2011, esclarece que, quando surge uma nova modalidade de comunicação ou tecnologia, ela não exclui a anterior, no entanto provoca uma reorganização de suas funções no contexto social em que participa.
Portanto, o momento inicial de uma mudança de impacto é sempre seguido de uma readaptação. Nesse sentido, o livro digital surge a partir de um momento de transição, pois está evoluindo para ser lido também em um novo suporte favorecido pelo desenvolvimento dos equipamentos digitais.
Vale destacar que livros eletrônicos são publicações no formato digital que necessitam da combinação entre os componentes de hardware, software e conteúdo para que possam ser acessados. Assim, os dispositivos para leitura, como os tablets e smartphone, possuem atributos que tornam o livro digital um tipo de publicação específica.
No livro digital interativo como recurso educacional, o uso da multimídia possui importante função, pois os diferentes meios podem contribuir para uma assimilação mais eficiente e significativa das mensagens que se pretende apresentar. Desse modo, no livro digital educacional, é válido observar os princípios definidos por Mayer (2007) apud Alves (2012) para promover o aprendizado com multimídia.
Os princípios são organizados em 12 itens descritos abaixo:
1. Princípio da coerência: propõe que o conteúdo, visual, sonoro ou verbal, seja focado na mensagem principal, eliminando elementos dispensáveis para reduzir a distração;
2. Princípio da sinalização: refere-se à organização e hierarquia das mensagens apresentadas;
3. Princípio da redundância: relacionado com os canais perceptivos, ou seja, uma mensagem poderá ser melhor assimilada quando unir mais canais perceptivos sem sobrecarga;
4. Princípio da continuidade espacial: proximidade entre as informações indicam ligações e semelhanças;
5. Princípio da continuidade temporal: indica sequência informando que a atividade está sendo desenvolvida com a passagem do tempo;
6. Princípio da segmentação: corresponde ao fato de que as pessoas assimilam com mais facilidade quando informações complexas são apresentadas em pequenas parte; 60 7. Princípio do pré-treinamento: quando o usuário já possui um repertório e vivências prévias terá mais facilidade para compreender os conteúdos apresentados pela multimídia;
8. Princípio da modularidade: evidencia a organização dos conteúdos em categorias definidas por semelhanças; 9. Princípio da multimídia: interligação entre o uso de diferentes meios para a construção de um objeto mais completo;
10. Princípio da personalização: corresponde à adequação da interface ao perfil do usuário e suas necessidades;
11. Princípio da voz: uso do áudio como narração, deve utilizar a voz de um modo que seja familiar do usuário; 12. Princípio da imagem: as imagens podem facilitar a compreensão de forma mais rápida reduzindo a carga cognitiva.
Referência do texto-base: LICHT Marcele C. et al. O Livro Digital Interativo com Recurso Educacional. In: ROCHA, Cleomar (Org). Anais do IV Simpósio Internacional de Inovação em Mídias Interativas. Goiânia: Media Lab / UFG, 2016. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/777/o/38_livro_digital_interativo.pdf
Para pensar:
1) Você usa livros digitais com seus alunos? Qual? Que conteúdo é possível trabalhar?
2) Procure conhcer como produzir um livro digital e faça isso para trabahar com seus alunos.
3) Você também pode fazer com eles produzam os próprios livros.
Duração: uma semana. De 18 a 24 de agosto de 2020.